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Texto: Iago Maia/Sefaz
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O início do ano traz despesas que vão além da compra de materiais escolares e do retorno às aulas, como a necessidade de quitar impostos, entre eles o IPTU. Para muitos contribuintes, pagar o tributo à vista, em cota única, se apresenta como uma alternativa financeiramente vantajosa, já que é possível pagar com desconto de 7%. Outros, no entanto, optam por investir o valor total do imposto em aplicações de baixo risco e realizar resgates mensais para quitar as parcelas ao longo do ano. No entanto, é preciso estar atento para não trocar gato por lebre.
Um estudo da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) de Salvador revelou que utilizar o valor integral do IPTU para investir com rentabilidade do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e retirar mensalmente parte do montante para pagar as parcelas é menos vantajoso do que quitar o tributo à vista.
Para chegar a essa conclusão, o estudo, elaborado pela Assessoria Econômica da Sefaz, considerou uma hipótese de IPTU integral no valor de R$ 3.300 e utilizou projeções para a Selic de 12,25%, com aumento gradual ao longo de 2025 - até atingir taxa de 15%, conforme previsto no Relatório Focus (Banco Central do Brasil) mais recente.
Segundo o levantamento, se o contribuinte optar pelo pagamento em cota única com o desconto de 7%, desembolsará R$ 3.069 e terá ganhado R$ 231, podendo investir esse valor, que até o final do ano alcançará R$ 254,87 - já descontado o Imposto de Renda incidente sobre o rendimento. Por outro lado, caso o contribuinte decida investir os R$ 3.300 em fevereiro e resgatar mensalmente o valor correspondente às parcelas, o rendimento total ao fim do ano será de R$ 149,13, também considerando o desconto do Imposto de Renda.
No cenário apresentado, a escolha pelo pagamento à vista resultou em um ganho de R$ 105,75 em comparação ao parcelamento e investimento do valor total. É importante ressaltar que a diferença proporcional entre os ganhos das duas modalidades de pagamento se aplica a qualquer outro valor do IPTU.
Selic - Definida pelo Banco Central, a Selic é a principal referência para os juros no Brasil e tem impacto direto sobre o rendimento do CDI, que acompanha de perto as variações da Selic - servindo como um indicador do custo dos empréstimos entre instituições financeiras.
Quando a Selic sobe, o CDI também cresce, aumentando os rendimentos das aplicações atreladas a ele. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, os rendimentos desses investimentos também diminuem.